25 de maio de 2008

Contestatários de palmo e meio

É Domingo. Ao fim da tarde lá vai mãe e filha a uma grande superfície tratar de um assunto doméstico. Quando vou entrar numa loja a mais nova atira-se a uma aquelas coisas tenebrosas em forma de Noddy e com ranhura para moeda, que, sabe de antemão, não utiliza porque nunca utilizou, porque há vícios e manias perfeitamente evitáveis (digo eu). Senta-se. Sem moeda. Eis que vem, sabe-se lá de onde, um ser minúsculo que grita (sim, grita) qualquer coisa como ESSE NODDY É MEU! Passivamente, fiquei a observar a criatura. E a mais nova, boquiaberta, fica imediatamente indecisa entre mostrar a sua personalidade ou fugir do ser. Sem tempo para pensar, depressa ouve SAI DAÍ ESTÚPIDA! "Sai daí estúpida?" Pensei. Mas não tive tempo para reagir. A mais nova informou-me que queria sair dali e logo um "paizinho" consolou a "menina" dizendo: "pronto môr, é teu, é". Continuei impávida. Afinal, tinha tido um dia tão agradável, para quê estragá-lo? O melhor da história? O melhor da história é que chegou urgentemente uma " mamã" que logo agarrou na criaturinha: "toma môr, a mamã dá já a moeda para tu andares no Noddy". Pois, haja educação. Haja muito sim e pouco não, de modo a contribuir para um futuro adulto. E a mais nova, a minha, deu-me a mão e pediu-me para ir à Fnac ver livros. E essa sim, é a vitória desta história. Porque antes livros do que maquinetas (e criaturas) contestatárias.

3 comentários:

esquilo disse...

deve ser por isto que em catalão criança é "criatura"...

;)

Ouriço disse...

A sério? Não fazia ideia. Neste caso, aplicava-se mesmo!...

Ana Paula Sena disse...

Há com cada "criatura" e com cada "criador"!! :)