26 de março de 2009

Porque é que há dias difíceis

Chega uma altura da vida em que começamos a ter que dizer adeus aos que partem. Também eles se organizam em tipologias. Há-os que vão e nos levam um bocado, há-os que vão e nos deixam profundamente tristes, há-os que vão e ficamos com pena que tenham ido, há-os que vão e pronto.
Quando os que vão fizeram parte da nossa vida, contribuindo para a nossa felicidade, para o nosso crescimento e para a nossa formação, a tristeza é profunda porque vamos ter saudades daquela pessoa, vai fazer-nos falta. Acrescenta-se o problema de ver os seus sofrer da dor dilacerante. E então, o sentimento de profunda amizade, daquela que nada consegue contestar e que nem todas as tempestades da vida conseguem derrubar, faz com que queiramos partilhar essa dor, para que dela eles fiquem aliviados. Talvez isso explique dias difíceis como estes. É que à tristeza junta-se o facto de doer como lhes dói a eles. É a osmose da amizade. Por isso é que há dias mais difíceis que outros e por isso é que dizer adeus custa tanto.

23 de março de 2009

Confissões de 5 anos

"Ó mãe: quando eu for mãe, também quero ter outra profissão."

A minha filha de 5 anos quer ser mãe (nos tempos correm e nos que estão para vir, não sei se isso não é um acto de coragem), quer ter uma profissão e quer conciliar as duas coisas, donde concluo que a minha filha de 5 anos percebe que ser mãe não é fácil, ter uma profissão também não, ter ambas é difícil mas mas pode ser um desafio aliciante. Temos mulher!

18 de março de 2009

É que os adultos também passam vergonhas.

Tenho (temos) tido, até à presente data, bons resultados da maneira como educo os meus filhos. Uma dose de persistência aqui, outra de autoridade ali, mimo qb e acima de tudo grande quantidade de bom senso têm trazido uma soma satisfatória. Claro que quanto às personalidades inerentes aos próprios, dá-se sempre o desconto. Depois a dada altura entre a parvoeira natural da idade, alguma emancipação (óbvia quando se trata de crianças naturalmente independentes) e necessidade de vida social activa que implica idas a casa dos amigos e amigos lá em casa para jantar (abençoado arroz de atum, que para a semana tenho lá dois exemplares a jantar...). Chega também a altura em que começamos a perceber que há dias em que eles pensam melhor que nós. Claro. A aprendizagem deles está fresca e a nossa é antiga. Eles aprendem e alguns de nós trabalham, enquanto estudam, enquanto investigam, enquanto etc. etc. etc. Ontem teimei com o mais velho porque achei que ele estava a fazer mal contas de dividir. No calor da discussão, resolvi apelar ao pai para o pai explicar que eu (que não fazia uma porcaria de conta de dividir há anos, já que sou orgulhosamente de letras) estava certa. Mas não estava e o pai deu-lhe razão. Não havia buraco para me enfiar e vai daí apelei à velha e eficaz humildade. "Tens razão. Desculpa. Já não sei fazer contas de dividir" (malditas calculadoras). Ele ficou chateado mas percebeu. Percebeu que a vida tem contrariedades, percebeu que somos ambos persistentes nas ideias e percebeu que os adultos também de enganam. Não são perfeitos. Passam vergonhas. Eu, apesar de ser mãe dele, não sou excepção. E passei o serão a fazer contas de dividir. Já me voltei a lembrar de tudo. Até à próxima situação em que ele saiba e eu já me tenha esquecido...

15 de março de 2009

12 de março de 2009

O meu novo talho e eu

Ele há coisas do diabo. A espécie "português" esta cada vez mais idiota. Numa ida à natação com as crianças (e sim, eu detesto ir à natação com as crianças, pela humidade, pelo calor, pelas mãezinhas e a partir de hoje pelas próprias crianças), deparo com tanta pateguice que espanta. Senão, vejamos. Um família, composta por "vóvó" (que aquilo nem é digno da palavra avó), um "vôvô" e uma "fofinha" de 3 anos. Ora tanto gritou "vóvó", "gugu", "gaga" ou "ó morzinho anda cá coisa rica da vóvó" (estão a ver? "vóvó") que tive de me deslocar para longe e pela saúde dos meus tímpanos. Uma dupla de crianças resolveu insistir em brincar com a minha mais nova e ela por acaso sem vontade. E pior, uma colega de escola da minha referida criança a fazer uma birra porque a "estúpida da empregada", nas suas superiores palavras de insignificantes 5 anos, não trouxe outra roupa para ela vestir. "Vai já que eu estou a mandar!". E eu a pensar "ai que grande chapada que tu levavas". A minha limitou-se a pasmar, já que, julgo eu, nunca tinha visto nada parecido. Vantagens da ida à natação? Fui ao talho e pela primeira vez em 10 anos de casada, descobri o comércio de carne da minha existência, com pessoas simpáticas e educadas a atender o cliente. Na chegada, um brasileiro de bem com a vida, apesar de ter um curso superior e estar atrás de um balcão a aturar a idiotice dos frequentadores do dito ginásio, simpaticamente fez o favor de guardar a minha carne no frio. À saída, uma abécula num smart, "giríssssssssima", "incomodadinha" por não ter passado numa passagem estreita primeiro que eu. Lá estou eu com o meu mau feitio a não parar para deixar passar pessoas importantes e a achar que é no bom aspecto das pessoas que deveria estar algum civismo. Qual quê! Os meus amigos educados do talho ganharam hoje uma cliente. Merecem. Quanto à idiotice, essa, está em todo o lado e a boa educação e a "normalidade" são um bem precioso, a ser cada vez mais valorizado com a crise. É que não se vende e não se compra. Ou se tem, ou nada feito.

9 de março de 2009

Obrigada Jorge!

Então não é que no sábado de manhã acordei com um presente na mesa de cabeceira? Um livro do Jorge, que já comecei a ler. Obrigada!!!

6 de março de 2009

1 de março de 2009

Desculpem lá qualquer coisinha,

Ontem fui ver o "Slumdog Millionaire" e não rejubilei. É bom, evidentemente, tem força, pois sim, uns actores a preceito, uns mini actores do melhor, só que é dos que me trazem mau sono. Porque sim. Assim como assim não sou obrigada a gostar de tudo. Se gostássemos todos de amarelo era uma chatice. Por acaso eu detesto amarelo mas gostei muito do lenço/sari que a Lalika veste na sua última cena. E a música, gostei da música. Está alí uma banda sonora de excepção. Quanto à crítica, que não me compete, é espreitar aqui, como habitualmente.