31 de maio de 2009

A casa da minha irmã

A casa da minha irmã cheira-me a infância. Os fins de tarde deixam saudades. Aquelas paredes contam muita história. O barulho do comboio é o mesmo. "O comboio que vai dar entrada na linha 2..." continua a soar igual. O cheiro mantém-se. Oiço a minha avó a mandar-me "tirar a gadelha dos olhos". Lembra-me aqueles almoços e jantares cheios de fruta. Lembra-me o meu avô a lavar as uvas na tijela com água. Lembra-me a correria escada acima, escada abaixo. A casa da minha irmã preserva a minha infância, o meu "e agora a espada era a lei??". Em casa da minha irmã já não sou pequena porque o são os meus sobrinhos e os meus filhos, que, vá-se lá saber porquê, também vão deixar alí as memórias das infâncias deles. Em casa da minha irmã conversa-se muito. Em casa da minha irmã e do meu cunhado comi ontem um arroz de lingueirão de fazer chorar as linhas do caminho de ferro da estação que lhe fica em frente.

23 de maio de 2009

Inesquecível

Já a ouvi ao vivo pelo Pedro Abrunhosa, já a ouvi vezes sem conta no primeiro Shreck, o Leonard Cohen canta-a com plenos direitos, o Damien Rice não vai mal, tal como o Bon Jovi Sempre que a oiço tento concentrar-me para aproveitar toda a sua força de música bonita. Nunca me tinha feito deitar lágrimas. Fez hoje, quando cantada numa igreja, por um coro fresco, juvenil e de vozes límpidas. Inesquecível.

22 de maio de 2009

Não dá mesmo para perceber

As criancinhas do mesmo sítio onde as minhas criancinhas fazem natação, são "enduchadas" e "empijamadas" directamente do balneário para casa e eu não consigo descrever os nervos que aquilo me dá. Parecem desgraçadinhos, sinceramente. Os meus tomam banho, vestem-se e quando chegam a casa vestem o pijama. É tão simples e tão mais simpático...

Nota importante: O Non ressuscitou. Aleluia.

13 de maio de 2009

Quando eles crescem é assim!

"Ó mãe, ponha-me Xutos no ipod, se faz favor"

12 de maio de 2009

Bem-aventurados os invejosos

A inveja está para algum do português como o fado, o azulejo ou o caldo verde. A diferença é que se o fado se ouve, o azulejo se olha e o caldo verde se come, o mesmo não acontece ao invejoso. Esse aguenta-se. Mas ele há invejosos e invejosos, claro. Há uns mais fáceis de aturar que outros. Há-os que de tão estupidamente invejosos se tornam em absoluto ridículos. São mesquinhos, vêm do nada e para o nada vão, nada fazem para sair do marasmo do nada e do alto de toda a sua ridícula magnitude de invejosos, debitam catadupas de palavras cheias de nada para atingir de forma supostamente inteligente (e tão ridícula) os que do alto fazem pela vida, pelo evoluir, pelo conhecimento, em suma, pela tal tentativa de um tudo que se opõe com força ao tal nada. Bem-aventurados os invejosos que com a sua maldizência insignificante fazem com que alguns consigam querer ir mais e mais longe, consigam ter estímulo para buscar sempre e sempre não o tudo mas o caminho do quase tudo, com humildade e sempre aplaudindo o sucesso dos seus pares. Bem-aventurados os invejosos. Bem-aventurado fado, bem-aventurado azulejo e bem-aventurado caldo verde, que fazem da alma lusa essa coisa louvável. E bem-aventurado blog, que me permite descarregar nas teclas de um computador as agruras da inveja dos outros, só porque sim.

8 de maio de 2009

Parece que vai ser assim



Chame-se o Marquês de Pombal porque segundo o Público online (de onde vem esta imagem), o Terreiro do Paço vai ser assim. Sem calçada portuguesa, entenda-se.
Não gosto.