"Um pouco mais de sol - eu era brasa.
Um pouco mais de azul - eu era além.
Para atingir, faltou-me um golpe de asa...
Se ao menos eu permanecesse aquém...
Assombro ou paz? Em vão...Tudo esvaído
Num baixo mar enganador de espuma;
E o grande sonho despertado em bruma,
O grande sonho - ó dor - quase vivido...
Quase o amor, quase o triunfo e a chama,
Quase o princípio e o fim - quase a expansão...
Mas na minh´alma tudo se derrama....
Entanto nada foi só ilusão
(...)
Mário de Sá Carneiro
18 de fevereiro de 2007
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7 comentários:
Quase...perfeito...
não fosse a tristeza.
Há que ter ânimo.
Não repito. Prometo!!!
Repete sim, porque não?
Escolhas deste nível, nunca serão más escolhas. Tristes, alegres, loucas, arrojadas....
É o poema de todos nós, portugueses - ou quase, quase todos - um pouco mais de qualquer coisa e éramos além. Mas esgotámo-nos a desafiar o Adamastor e desde então resta-nos uma cerat disfunção eréctil mental.
No entanto é sempre bom pensarmos nisso. Quem sabe se um dia não seremos de novo asa ou brasa.
Belas escolhas neste blog que nos vão fazendo pensar, sorrir, imaginar.
Obrigada m.
Leio-o constantemente, há anos. Acho o lindo, apesar de triste. Tenho que ser honesta. Leio pouca poesia, sou mais dada a prosa mas este Quase, particularmente, é-me querido. Tinha de o pôr aqui.
Sim,tinha que ser. Ele tinha que constar. Apenas porque é de facto UM dos MEUS poemas preferidos. Desde sempre. Esta ideia do quase é um bocado triste mas também pode não ser porque quer dizer que...só falta mais um bocadinho. Um tudo nada mais e conseguimos! :)
E com estas escolhas de poesia e não só, é um prazer visitar este blog.
Aproveito para dizer que o post da M. me fez sorrir com gosto. É demais!
A.P.
Errata: onde se diz o "post" da M., deve ler-se o "comment" da M.
A.P.
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