31 de maio de 2009

A casa da minha irmã

A casa da minha irmã cheira-me a infância. Os fins de tarde deixam saudades. Aquelas paredes contam muita história. O barulho do comboio é o mesmo. "O comboio que vai dar entrada na linha 2..." continua a soar igual. O cheiro mantém-se. Oiço a minha avó a mandar-me "tirar a gadelha dos olhos". Lembra-me aqueles almoços e jantares cheios de fruta. Lembra-me o meu avô a lavar as uvas na tijela com água. Lembra-me a correria escada acima, escada abaixo. A casa da minha irmã preserva a minha infância, o meu "e agora a espada era a lei??". Em casa da minha irmã já não sou pequena porque o são os meus sobrinhos e os meus filhos, que, vá-se lá saber porquê, também vão deixar alí as memórias das infâncias deles. Em casa da minha irmã conversa-se muito. Em casa da minha irmã e do meu cunhado comi ontem um arroz de lingueirão de fazer chorar as linhas do caminho de ferro da estação que lhe fica em frente.

4 comentários:

Anónimo disse...

As saudades que tenho de um bom arroz de lingueirão. E de andar de comboio. Boa semana.

folhas de outono disse...

A casa da tua irmã preserva a tua infância e a minha!!Ó Ni não andes descalça que te constipas!EsBjscada a baixo escada acima! E o sotão!e a escada!Que infância pode ser feliz sem uma ESCADA?

Ouriço disse...

Eh lá! Temos blogger???? Ou não é quem eu estou a pensar???

Tartaruga disse...

mas o que é isto????? Temos uma nova bloggista? Folhas de outono???? Extaordinário!