24 de outubro de 2012

Tempestades

Lá disse aqui o marinheiro no inicio da viagem que a coisa se faria da conjugação de tempestades com dias solarengos. Agora temos tempestade, não porque lá de cima da gávea o físico não tenha boas notícias mas porque a viagem per si se reveste de dificuldades. O monstro Adamastor combate-se com a força física mas também com a energia do intelecto e este nem sempre está pelos ajustes. A viagem é impiedosa a vários níveis, só a conhecem os marinheiros que a fizeram. Mais ninguém. A viagem tem linguagem própria, piadas próprias, códigos próprios. Os outros marinheiros das outras naus da armada não podem compreender o que para eles não é compreensivel. Não podem e ainda bem para eles. As mezinhas comem memória, destreza, auto estima e muitas outras coisas mas como este diário de bordo é meu, também me compete registar que nem sempre a viagem tem ânimo. Para que um dia se apague das palavras como não se há de apagar das memórias, da minha e da dos meus.

1 comentário:

Tartaruga disse...

O que nunca se apagará da memória é o fôlego, a paixão do marinheiro que, de cabeça erguida, vai levando o barco a bom porto.