Não tenho, em definitivo, paciência para encontros natalícios histéricos com pais aos molhos a procurar em ânsias frenéticas filhos para os quais olham todos os dias, quais macaquinhos em gaiolas. Não tenho. Bem tento comprar paciência ao quilo. Lá vou, contente (entenda-se), ver o contributo dos meus dois filhos para a causa e obviamente gosto de os ver mas não aguento o "aaaaaiiiiiiiiii que quriiiiiiiiiiiiido!", "olhe que o Natal não são só pesentes!", "olha olha, tá alííiiiiiiii", "ó mãe não me máaaace, pamordedeus". E esbracejam, e gritam e empurram e eu começo a desenvolver instintos perigosos tipo "tragam-me um bombista" ou "alguém tem gaz lacrimogénio?" E luto contra o meu preconceito de ajuntamentos de gente em frenesim com as criancinhas porque a minha calma perante o acontecimento pode ser mal entendida. Estou a imaginar "olha aquela enjoada (e fico mesmo com cara de enjoada!) não deve gostar dos filhos...". E depois, num momento de rara beleza, o meu vizinho de trás puxa de uma sandocha de queijo, amarfanha o papel alumínio e mastiga alegremente. São tão educados.... Se fosse uma bifana e uma mini já a coisa seria "um nojo, quorrrrrrore!!!!!".
Em suma, não, não sou uma má mãe, sou só um bocadinho bicho do mato anti multidões histéricas. E o Natal é um acontecimento importante no calendário católico, que deveria implicar mais calma, paz e genuíno espírito de solidariedade. E claro que os presentes fazem parte e continuo a preferi-los aos pesentes....
E já agora, Feliz Natal.
E já agora, Feliz Natal.
1 comentário:
:) Feliz Natal!
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